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Construção modular: como funciona?
Construção modular ou offsite é o método construtivo que usa módulos individuais pré-fabricados e instalados no local da obra, ou seja, eles são feitos em indústria e apenas montados in loco.
Você pode estar se perguntando: mas qualquer material pode gerar uma construção modular? Sim, ela pode ser feita de madeira, vidro, concreto, aço de alta resistência e até mesmo de steel frame. O que varia é o peso total a ser transportado pelo caminhão, mas todos os materiais permitem uma construção segura e confortável.
Para entender melhor o assunto, veja as imagens abaixo:
O intuito desse tipo de construção é agregar conceitos industriais às obras, que, ainda na atualidade, utilizam métodos, de certa forma, antiquados para execução e para controle de qualidade.
Trazendo conceitos de linha de produção para a engenharia civil, a construção modular visa obter:
- Agilidade:o fato de o módulo ser feito dentro de indústria retira a possibilidade de atrasos por conta de chuva ou outras intempéries, dependendo da região do país, além de contar com a aplicação dos conceitos de linha de montagem, tornando o processo altamente eficiente e seguro;
- Redução de poluição como um todo:por conta do planejamento mais detalhado para elaboração dos módulos, há menos perda de material na fabricação, menos emissão de CO2 para a atmosfera e descarte adequado dos excedentes;
- Redução de ruídos:boa parte dos ruídos fica confinada na indústria de fabricação, tornando o processo executivo muito mais cômodo para a vizinhança;
- Melhores condições de trabalho:com a industrialização do processo, os métodos executivos apresentam maior controle, tanto de qualidade quanto de elaboração, tornando o ambiente mais seguro para o trabalhador;
- Alto controle de qualidade:um ponto focal para garantia de segurança estrutural;
- Possibilidade de personalização:a disposição dos módulos internamente pode variar conforme a necessidade do usuário;
- Redução de custos:a produção em escala permite otimização de orçamento e a compra de matéria-prima a preços menores, devido à escala e ao poder de negociação que o processo proporciona. Além disso, por conta da redução de desperdício de material, é possível ter uma economia de imediato;
- Flexibilização da construção:em caso de demolições, há a possibilidade de desmontar os módulos para eventual reaproveitamento daqueles que estão íntegros.
E você deve estar se perguntando novamente: mas se a construção modular é tão boa, por que não utilizamos apenas ela?
Por isso, vamos abordar o outro lado da moeda e os percalços atuais do método construtivo.
- A redução de custo só se dá com a produção em escala:construções pontuais modulares acabam sendo mais caras, pois demandam profissionais mais capacitados e mais infraestrutura industrial do que o método convencional, elevando o custo global;
- Resistência cultural do mercado nacional:em função da grande necessidade de capacitação dos funcionários para execução do método de forma industrial e da necessidade de maior infraestrutura;
- Logística deficiente:temos dimensões máximas de altura, profundidade e largura dos módulos em função dos veículos de transporte viário disponíveis para isso;
- Mão de obra qualificada:no nosso atual cenário, pode ser complicado encontrar profissionais qualificados para a área;
- Necessita dos projetos detalhados integrados:utilização de BIM para verificação da convergência entre hidráulica, elétrica e estrutura;
- Demanda finalização dos projetos:não permite que obra e projeto corram em paralelo, o que é a prática usual brasileira.
O método tem a necessidade de maior maturação do mercado e capacitação da mão de obra. Porém, uma vez sanadas essas questões, é possível otimizar os processos, ganhando em produtividade, acabamento, segurança estrutural e dos funcionários, além da redução de custos.
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Guilherme Aznar Araújo– Consultoria Técnica InterCement Brasil